O ambiente é frio. Os corredores longos. Pessoas de branco e uniformizadas caminham sem parar em um desses corredores, afinal é apenas um andar de um prédio. A palavra frio se encaixa nesse ambiente, pois se trata de um hospital.
Na internação, quanto mais dias se passam, mais depressivos e cansativos ficam. Quem é paciente muitas vezes emagrece. É ruim ficar, mas enquanto os dias passam conhecemos outras pessoas que estão presas no cubículo que chamam de quarto. Histórias surgem. Os pacientes se tornam amigos e às vezes confidentes.
As perguntas são básicas:
- Qual é o seu nome? Ou melhor, sempre se pergunta primeiro o motivo de estar ali.
- Porque você veio parar aqui?
Outra pergunta é fundamental: E a alta, alguma previsão?
Na maioria das vezes a resposta é rápida: “Amanhã ou daqui a três dias”. Porém, outra é mais complicada: “Não sei...” Essa resposta é angustiante, pois todos ficam à mercê: os familiares, o doente e também os profissionais da saúde. O ambiente é gélido, mas diversas vezes se esquenta nos momentos de melhora e recuperação gradual da saúde, ali paira a alegria. Todos torcem pela bendita “alta”.
Médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem sofrem com essa angustia. Quanto mais o tempo passa criam-se vínculos, se tornam amigos. Injetar, perfurar diariamente alguém não é fácil. Eles também torcem pelo dia da carta de “alforria”, a alta, a merecida ida para casa.
Enquanto não chega, temos que ser literalmente pacientes para que esse dia não pareça tão distante quanto parece que é.
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