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Mostrando postagens de 2013

Exploração do Trabalho Infantil: prática mais comum do que imaginamos

As mãos estão calejadas, muitas vezes mutiladas. O calor desidrata, a fadiga muscular está no auge e a exaustão próxima. Dessa maneira, o corpo não aguenta e a morte é caminho certo. Quando damos essas características podemos imaginar algum tipo de trabalho insalubre. Mas o pior de tudo é quando não é feito por adultos e sim por crianças ou adolescentes. Atualmente, existe um tipo de trabalho que está inserido nessas características e chama a atenção: exploração do trabalho infantil, que é proibido por lei. Nenhuma criança ou adolescente pode trabalhar antes dos 14 anos. Aquela criança que pede esmola, trabalha como aviãozinho do tráfico, perde e queima os dedos nas carvoarias é vítima do trabalho infantil. Infelizmente o lápis e os livros são trocados por uma foice para derrubar canaviais. Adolescentes que têm mais de 14 anos podem trabalhar, mas de forma a garantir os seus direitos e principalmente que a jornada não traga prejuízos à sua formação (escola), e a seu desenvolvimen

Vivendo e aprendendo

Com lágrimas escorrendo pelo rosto, molhando o casaco sujo e rasgado o adolescente de 17 anos dizia: “Não aguento mais essa vida, gostaria que os meus avós ainda estivessem vivos”. Falava ele escorado e sentado nos fundos da parede de um posto de conveniência na Candangolândia/DF.   Encontrei o jovem citado por acaso, duas vezes, em menos de 15 dias. Na primeira vez estava indo na padaria comprar pão, ao sair do estabelecimento o rapaz disse: “Moça, você pode comprar um remédio para mim?”. Nesse instante, ele mostra seus dois dedos praticamente decepados, por algo que não sei até hoje. Vendo aquela situação, fiquei comovida. Tentei comprar o remédio, mas, ele não tinha a receita porque molhou. Infelizmente não pude ajudá-lo, mas pedi que ele se dirigisse novamente ao hospital. Neste dia, o adolescente ainda estava com roupas limpas e com uma bicicleta. O outro encontro foi no posto de gasolina. Fui abastecer o carro e vi um rapaz, com uma jaqueta, bermuda e sandálias de ded

O cubículo paciente

O ambiente é frio. Os corredores longos. Pessoas de branco e uniformizadas caminham sem parar em um desses corredores, afinal é apenas um andar de um prédio. A palavra frio se encaixa nesse ambiente, pois se trata de um hospital. Na internação, quanto mais dias se passam, mais depressivos e cansativos ficam. Quem é paciente muitas vezes emagrece. É ruim ficar, mas enquanto os dias passam conhecemos outras pessoas que estão presas no cubículo que chamam de quarto. Histórias surgem. Os pacientes se tornam amigos e às vezes confidentes. As perguntas são básicas: - Qual é o seu nome? Ou melhor, sempre se pergunta primeiro o motivo de estar ali. - Porque você veio parar aqui? Outra pergunta é fundamental: E a alta, alguma previsão? Na maioria das vezes a resposta é rápida: “Amanhã ou daqui a três dias”. Porém, outra é mais complicada: “Não sei...” Essa resposta é angustiante, pois todos ficam à mercê: os familiares, o doente e também os profissionais da saúde

Cobertura de fatos ou revitimização?

Já ouviu falar em revitimização? Talvez essa palavra seja mais usada por psiquiatras e psicólogos. Porém colocada muito em prática na televisão, nos jornais e na mídia.  A revitimização ocorre quando alguém que passou por certo tipo de violência muito impactante é questionado de forma pontual sobre o que sofreu. Dessa forma, essa pessoa é levada a relembrar dos fatos trazendo à tona seu sofrimento e emoções quando passava a situação. Agora, o que a mídia tem com isso? Alguém se lembra da tragédia de Realengo? Vamos recapitular rapidamente: 12 crianças que foram assassinadas a tiros em uma escola no Rio de Janeiro, no bairro de Realengo, por um ex-aluno.  Mais detalhes? Para quê? Já bastam as várias manchetes nas capas de jornais, edições praticamente inteiras nos telejornais, sem contar os programas sensacionalistas que mastigaram esse assunto durante muito tempo e assim também será para a morte de dezenas de jovens em uma boate em Santa Maria/RS. A mídia, como nos idos tempo

A Perseguição

  Ao refletir da luz nos olhos, no início da manhã, o pensamento dispara: “Aí, meu Deus mais um dia de aula! Que vontade de faltar e nunca mais por os pés naquela maldita escola!”. A mãe grita: “Tá na hora de levantar, não quero atraso”. Dentro de sua mente a resposta é não, mas ela sabe que é obrigada a ir. A cada passo que é dado até a chegar à escola, o coração dispara mais, as mãos começam a suar e o nervosismo toma conta. Naquele dia, mais um motivo para aborrecimento. No rosto está carregando um acessório novo, com aros e duas pernas: os óculos de grau. Ao chegar atrasada à escola, acaba chamando mais atenção. Dentro da sala, os sorrisos maldosos se abrem e a primeira palavra que se ouve não é um bom dia e sim “agora também é quatro olhos”. Enfim, o dia ia ser longo. O que foi relatado acima acontece todos os dias na mais variadas salas de aula do mundo. Esse fenômeno é conhecido como  bullying .  Segundo a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva em seu livro sobre o