Mais um 15 de outubro. Mais um ano de vida, para um senhor que completava 86 anos. Idade avançada, talvez, mas com a mente e o corpo ativo. É conhecido na rua em que mora, há quase 40 anos, na Ceilândia-Sul (Guariroba) como “Seu Roldão”. Senhor, pai de 15 filhos, 11 vivos, avô de mais de 30 netos e bisnetos. Os vizinhos de longa data e a família sabem do seu amor por andar de bicicleta e de ônibus, principalmente depois da vida de aposentado e muitos anos trabalhando como carpinteiro. Quem nunca ouviu o comentário: “Vi seu Roldão ontem na Rodoviária do Plano comendo um pastel e tomando um caldo de cana”.
Sabendo que a data era especial, pois, o vô completava mais um ano de vida, a “filharada e a netaida” resolveram, de supetão, em uma quinta-feira, no final da tarde, fazer uma surpresa para aquele nobre senhor. Pelo Whatsapp e via telefone, organizaram rapidamente um lanche para comemorar a data. Aos poucos foram chegando à casa do anfitrião, cada um trazendo um pouco dos comes e bebes organizados naquela tarde. A porta da casa foi abarrotada com os carros, a rua ficou cheia, afinal são muitos filhos e netos. Cena estranha para um dia de semana, momento que a maioria das pessoas já estavam em suas casas, se preparando para dormir e ir trabalhar no outro dia. Mas para os Malaquias (sobrenome do patriarca), essa era apenas mais uma oportunidade da família estar reunida, matar a saudades, gargalhar bastante, já que tudo sempre foi pautado no bom humor e na alegria.
Os comes e bebes foram organizados, todos estavam à espera de Seu Roldão, que naquele dia tinha saído para passear e ainda não tinha chegado. A fome batia e do vô nem notícia. Nesse ínterim, caras de preocupação e risos da falta do aniversariante que não chegava no próprio aniversário. E o tempo foi passando. Foi ficando tarde e o coração de todos na mão, com medo que algo tivesse acontecido com ele. Saíram às ruas, ligaram na polícia, pois já era noite. Não sabiam por onde procurar, pois Seu Roldão andava muito de ônibus em Brasília e poderia estar em qualquer lugar do DF. Pela primeira vez, demorou mesmo a chegar.
Cada um foi procurar em algum lugar provável aonde ele poderia estar. Depois de 04 horas de espera, ele fora encontrado. O alívio foi geral. Estava no centro da Ceilândia, às 23h30, esperando um ônibus passar para chegar em casa. Uma das filhas o encontrou sentado em uma parada. Naquele horário, quase nenhum transporte público havia e, infelizmente, boa parte dos motoristas não para para idosos. Às 23h50, quase “cinderelo”, adentrava em casa. Os parabéns foram cantados, ele estava um pouco inerte. Os familiares aliviados de um dos maiores sustos de suas vidas, deram, naquela noite, parabéns para vida. Perceberam mais uma vez a necessidade de comemorar cada minuto da vida do vô. De como a vida é uma dádiva, que Deus dá a oportunidade, diariamente, de amar, abraçar e pedir perdão, pois o amanhã pode ser tarde. Parabéns, vô!
Homen maravilhoso mesmo.
ResponderExcluirJá arrancou Mtos sorrisos de mim!Batalhador !
E q maravilha de texto bastante explanado.Parabéns Laís .Nem mais nem menos.Quem sabe um dia eu seja contemplada por um dos meus filhos com uma história dessa néh! Vai valer a pena.
Homen maravilhoso mesmo.
ResponderExcluirJá arrancou Mtos sorrisos de mim!Batalhador !
E q maravilha de texto bastante explanado.Parabéns Laís .Nem mais nem menos.Quem sabe um dia eu seja contemplada por um dos meus filhos com uma história dessa néh! Vai valer a pena.